LA_Arquivo

Uma recolha de críticas da autoria de Lauro António, aparecidas em diversas publicações portuguesas.

sábado, junho 24, 2006

DOMINIC SENA:
"60 SEGUNDOS”


Em 1974, o "stunt man" H.B. Halicki, especialista em corridas de automóveis, dirigiu “Gone in 60 Seconds”, um filme de série B que desconhecemos, mas parece ter tido algum sucesso na América. H.B. Halicki era igualmente o protagonista (Maindrian Pace), um ladrão de automóveis que roubava carros num abrir e fechar de olhos e se apaixonava pelo objecto da sua afeição. O título teve tal êxito que mereceu uma sequela em 1982, dirigida pelo mesmo H.B. Halicki: “Gone In 60 Seconds 2: The Junkman”. O realizador e actor, que se tornaria uma lenda na América, haveria de falecer em 1989, vítima de um acidente (que nada teve a ver com carros!) quando actuava como "stunt man" num remake de “Gone in 60 Seconds” que dirigia e nunca chegaria a concluir-se.
Se a película de 1974 não justificava especiais encómios cinematográficos, as proezas com as perseguições automobilísticas ficaram memoráveis. Sem terem a qualidade e o impacto de outras corridas, bem mais chorudas em termos de orçamento (quem não recorda “Bullit”, “To Live And Die In L.A.”, “Ronin”, “Jade”, ou “The French Connection”, para só citar algumas das mais célebres?), diz quem viu que a sua quantidade e extensão (uma perseguição de cerca de 40 minutos é obra!), ficaram na memória e terão justificado certamente o interesse dos produtores para um "remake" actual, com outras condições de produção.
Para dirigir esta nova versão de “60 Segundos”, foram buscar Dominic Sena, um realizador que se havia notabilizado com “Kalifornia2, um thriller bastante interessante, sobre um escritor que procura informações sobre serial killers e que viaja pelos EUA, até que é assaltado por um deles. O filme era muito interessante e o seu realizador ganhou com ele carta de alforria para passar a outros voos. Infelizmente 60 Segundos dá-lhe oportunidade para movimentar um orçamento melhorado, mas o argumento de Scott Rosenberg, baseando-se em personagens e situações criadas por H.B.Halicki, não é de molde a justificar grandes entusiasmos, sobretudo pela previsibilidade de tudo quanto vai ocorrendo.
Randall "Memphis" Raines (Nicolas Cage) é um antigo ladrão de automóveis, que é também uma lenda tanto para ladrões como para polícias. Retirado da actividade, trabalha numa gasolineira e dá instrução de condução a miúdos numa carreira de Karting. Mas um dia o irmão, que o substituiu na saga de roubar automóveis de luxo, falha um negócio para um mafioso local que ameaça matá-lo, caso não apresente 50 "pérolas" dentro de 72 horas. Randall "Memphis" Raines vai ter de regressar ao trabalho, mas a polícia está de olho nele, e os bandos de gangs rivais também. Temos assim uma corrida contra relógio, com o suspense mantido pela presença de olhos indiscretos postos sobre o "herói". Randall tem de conseguir os carros dentro do prazo limite, e iludir a vigilância da polícia, além de se confrontar com os rivais da zona. Os donos dos carros são o obstáculo de menor importância. Roubados de dentro de garagens, stands, residências, à porta de hotéis, ou mesmo do parque da polícia, as poderosas máquinas lá vão seguindo o seu percurso, até ao desafio final, um Ford Mustang, que é uma espécie de ave de mau agoiro para Randall, que nunca conseguira furtar um sem problemas. Desta feita não será diferente.
Os filmes de grandes golpadas fizeram época. Este é apenas mais um. Rodado com ligeireza e agilidade, sem grande empenho pessoal, uma interpretação escorreita de um bom naipe de actores, onde avultam Nicholas Cage, Robert Duval e a bela Angelina Jolie, ali metida a martelo, para desgraça do filme e prazer dos nossos olhos. De resto, ver ou não ver “60 Segundos” é igual. Tal como os proprietários dos veículos fanados, os espectadores também não têm muito a ver com o filme - desde que paguem o bilhete e assegurem o bom funcionamento da indústria.

*** 60 SEGUNDOS (Gone in Sixty Seconds), de Dominic Sena (EUA; 2000), com Nicolas Cage (Randall "Memphis" Raines), Giovanni Ribisi (Kip Raines), Angelina Jolie (Sara "Sway" Wayland), T.J. Cross (Mirror Man), William Lee Scott (Toby), Scott Caan (Tumbler), James Duval (Freb), Will Patton (Atley Jackson), Delroy Lindo (Detective Roland Castlebeck), Timothy Olyphant (Detective Drycoff), Chi McBride (Donny Astricky), Robert Duvall (Otto Halliwell), Christopher Eccleston (Raymond Calitri), Vinnie Jones (The Sphinx), Grace Zabriskie (Helen Raines), etc. 117 min; M/ 12 anos.

ANGELINA JOLIE
Angelina Jolie Voight nasceu em Los Angeles, a 4 de Junho de 1975, sendo filha do actor Jon Voight e de Marcheline Bertrand. Estudou na Attended Beverly Hills High School e na MET Theatre Ensemble, em aulas de cinema em Nova Iorque. É formada em cinema pela New York University. Passou ainda pelo Lee Strasberg Theatre Institute, tendo participado em diversas produções.
Como modelo profissional desfilou nas passerelles de London, New York e Los Angeles, aparencendo também como actriz em vídeo clips de alguns cantores, como Meat Loaf, Lenny Kravitz, Antonello Venditti e The Lemonheads. Surgiu em cinco filmes de estudantes da USC School of Cinema, todos dirigidos pelo seu irmão James Haven.
Em 1955 casou com Jonny Lee Miller, de quem se divorciou em 3 de Fevereiro de 1999, tendo voltado a casar em 5 de Maio de 2000, com o actor e realizador Billy Bob Thornton. No casamento com Johnny Lee Miller vestia umas calças de cabedal pretas e uma camisa branca, nas costas da qual pintou, com o seu próprio sangue, o nome do marido.
Tem a letra H tatuada no pulso esquerdo, numa referência às duas pessoas a quem está ligada e cujos nomes começam por H: o irmão, James Haven e Timothy Hutton. Fez a tatuagem no tempo em que namorava com Timothy (em 1999), mas desde que se separou dele, diz que é só por causa do irmão. Em 2000, Angelina e o irmão, por causa da forte ligação que mantêm, desmentiram publicamente os boatos que os declaravam envolvidos numa relação incestuosa.
É canhota e adora tatuagens. Tem também, no braço, uma tatuagem da frase de Tennesee Williams "Uma oração para os que têm um coração selvagem preso numa gaiola" e de um dragão, no cimo do braço direito, para além do símbolo japonês da morte, dois símbolos índios e uma cruz negra.
Colecciona facas e interessa-se por ciência mortuária. O seu sonho de criança era ser directora de funerais.
Eleita a mulher mais sexy do mundo pela revista sueca "Café", e "uma das 50 Pessoas Mais Bonitas do Mundo", para o "People Magazine" (em 2000).
A sua citação preferida: "Pai, tu és um grande actor, mas és ainda melhor pai."

Filmografia:
(personagens interpretadas, entre parentesis)
1982 - Lookin' to Get Out, de Hal Ashby (Tosh)
1993 - Cyborg 2: Glass Shadow, de Michael Schreoder (Cash)
1995 - Hackers, de Iain Softley (Kate Libby)
1996 - Love Is All There Is, de Joseph Bologna e Reneé Taylor (Gina Malacici)
1996 - Foxfire, de Annette Haywood-Carter (Margaret "Legs" Sadovsky)
1996 - Mojave Moon, de Kiven Dowling (Ellie)
1997 - Playing God, Andy Wilson (Claire)
1997 - George Wallace, de John Frankenheimer (Cornelia Wallace)
1997 - True Women, de Karen Arthur (Georgia Lawshe)
1998 - Gia, de Michael Cristofer (Gia Carangi)
1998 - Hell's Kitchen, de Tony Cinciripini (Gloria McNeary)
1998 - Playing by Heart, de Willima Carroll (Joan)
1999 - Pushing Tin, de Mike Newell (Mary Bell)
1999 - The Bone Collector, de Phillip Noice (Amelia Donaghy)
1999 - Girl, Interrupted (Vida Interrompida), de james Mangold (Lisa)
2000 - Gone in Sixty Seconds (60 segundos), de Dominic Sena (Sway)
2000 - Original Sin, de Michael Cristofer
2001 - Tomb Raider, de Simon West (Lara Croft)
2001 - Beyond Berders, de Oliver Stone
Prémios
Ganhou o Oscar de melhor actriz secundária em Março de 2000 pelo seu papel em "Girl Interupted". Premiada com o Gonden Globe e o SAG Award Outstanding para melhor actriz da serie de TV em Gia (1999), onde foi igualmente nomeada para o Emmy do ano. Em 1998, com o seu trabalho na mini-série George Wallace ganhou igualmente o Globo de Ouro e foi também nomeada para o Emmy da categoria.
in "A Bola", de 10.9.2000

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